A modernidade trouxe muitos avanços para nosso dia a dia e é impressionante como auxiliem nossas tarefas diárias. Televisão, celular e tablets são instrumentos cada vez mais presente no seio familiar, e, com a pandemia, o uso desses aparelhos aumentou consideravelmente, especialmente em famílias com crianças. Sem poderem ir à escola, crianças ficaram privadas do contato físico com professores, colegas e outras crianças. Muitos pais lançaram à mão da tecnologia para “segurar” a energia contida de seus filhos enquanto trabalhavam em home office. E de fato, isso foi tremendamente prejudicial para essa geração. O atraso na linguagem, comunicação e desenvolvimento motor já é sentido pelos pais, pelas escolas e por terapeutas e psicólogos.
Mas o que fazer? Devemos abolir de vez a tela de nossos bebês e crianças? Talvez o grande problema não seja a tela em si, mas a falta de interação e a substituição total de atividades importantes como correr, brincar, encontrar amigos e conversar com pais e família, por algo em que a criança fique sentada mais de horas absorvendo conteúdos que não sejam devidamente selecionados para sua idade e sem interação alguma com um adulto no mundo real.
Eu faço estágio em musicoterapia em uma escola especializada em crianças especiais e eles têm aula de informática, onde aprendem a interagir com o computador. A professora responsável pela sala me disse que o que mais fica absorto em tela, olhando sem quase piscar, é o que menos interage com o computador na aula. Ele espera que a tela seja ligada e ele simplesmente absorva passivamente o conteúdo, sem construir ou brincar com o mouse. Interessante então que a tela em si não é o problema talvez, mas a falta de interação.
Embora as pesquisas ainda não sejam muito definitivas, em geral muita tela de fato faz mal ao seu filho, mas por outro lado, a tecnologia pode ajudá-lo a se desenvolver. Para isso, existe alguns artifícios que podem ser utilizados:
- Computadores e tablets devem ser utilizados como entretenimento e educação, mas não como distração. Principalmente, se a criança precisa realizar uma atividade como sentar à mesa para comer.
- Não use a tela como muleta ou troca de moeda para adquirir a atenção ou a obediência de seu filho.
- Transforme o momento da tela em um tempo para toda a família e interaja com a criança sobre aquilo que vocês estão assistindo. Pergunte o que está acontecendo, cante as músicas, dance e brinque com eles enquanto assistem o vídeo.
- Estabelece limites de tempo e escolha conteúdos educativos, sensíveis e esteticamente bonitos e agradáveis para seu bebê e criança. Acreditem, eles sabem o que de fato é bom para eles.
Acredito que tudo pode ser vantajoso se for utilizado com equilíbrio. A tecnologia cada vez mais progride em nosso tempo, e logo, a geração de bebês terá que interagir com robôs e inteligência artificial nos trabalhos e no dia a dia. Por isso, ensine seu filho a domar as ferramentas e ter autonomia diante delas.